Brincar o carnaval é parte da cultura brasileira e para que essa vivência esteja acessível a todos os públicos, Votorantim sediou nesta sexta-feira, dia 13, mais uma edição do Carnaval da Inclusão. A chuva do início da tarde não atrapalhou a festa e colaborou para deixar o clima mais fresco para os pacientes de instituições psiquiátricas de Sorocaba, Votorantim e região aproveitarem o evento dançando e cantando. Socialização e alegria são os objetivos da ação e foram atingidos, envolvendo aproximadamente trezentos pacientes ao longo da tarde.
O baile com marchinhas e sambas-enredo foi realizado no Aquário Cultura, localizado ao lado praça de Eventos Lecy Campos, por meio de uma parceria da Secretaria de Cultura, Turismo e Lazer (Sectur) de Votorantim e a Associação Cultura Votorantim. A animação da festa ficou por conta do grupo Samba em Família. A cantora Marta Skif Brito, que se apresenta com o marido e o filho, participou pela primeira vez do evento e resumiu a experiência como “maravilhosa e transformadora”. A alegria dos pacientes da saúde mental surpreendeu a artista que gostou da interação com o público “Eles são amorosos, querem abraçar, agradecer, na verdade a inclusão não é para eles é para nós”, comentou.
Onze instituições participaram do evento, entre hospitais psiquiátricos, clínicas e Centros de Atendimento Psicossocial (Caps). O CAPs Votorantim compareceu com vinte pacientes e o coordenador Walter Ferraz Júnior acentuou que a socialização possibilitada no evento é uma conquista para o paciente, já que muitas vezes eles não saem para se divertir e acabam redescobrindo essa oportunidade.
O Hospital Vera Cruz de Sorocaba compareceu com 31 pacientes, sendo três cadeirantes, acompanhados por nove funcionários. A enfermeira Ana Carolina Sanches Vaz explicou que a maior parte dos pacientes é portador de esquizofrenia e está institucionalizada há muitos anos. “Eles já estão acostumados com música, mas sair do hospital, se relacionar com pessoas diferentes, num ambiente que eles não conhecem e todo decorado é uma experiência boa, vão falar disso vários dias, prolongando esse sentimento de alegria”, explicou. Conforme Ana Carolina, há pacientes que na rotina praticamente não se comunicam, mas quando participam de uma atividade diferenciada gostam de contar e prolongando os benefícios do passeio.
O Caps 2, mantido pela Associação Protetora dos Insanos de Sorocaba, esteve presente com quinze pacientes e a terapeuta ocupacional Priscila Furlan também elogiou a proposta do carnaval da inclusão pois, muitos pacientes deixaram de se relacionar com outras pessoas e viver situações novas. “Vem ao encontro do trabalho que realizamos estimulando atividades da vida prática. O lazer é motivador e auxilia muito no tratamento”, comentou.
A Secretaria da Cultura disponibilizou lanches, refrigerantes e adereços de Carnaval, como máscaras, serpentinas e confetes para pacientes e acompanhantes se divertirem.