Cuidar com zelo, empatia e carinho, observando questões técnicas e os preceitos da humanização, fazem parte do conteúdo que vem sendo ministrado no curso “Cuidando de Idosos”, oferecido pela Prefeitura de Votorantim, por meio da Secretaria da Cidadania e Geração de Renda (Seci), em parceria com no Senac-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
A capacitação é gratuita e prepara os participantes para atender às necessidades de idosos, com ou sem limitações, podendo atuar cuidando de pessoas da família ou profissionalmente, já que este campo tem crescido expressivamente nos últimos anos devido à maior longevidade da população brasileira. Depois de uma aula inaugural em dezembro, desde janeiro os encontros têm sido realizados na sede do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) e continuam até a metade de março, totalizando oitenta horas de atividades.
O curso tem dinâmicas, vivências, dramatizações, jogos e atividades em grupo para capacitar as pessoas aos cuidados de idosos, para as atividades da vida diária e atividades instrumentais, identificando necessidades e expectativas. As primeiras aulas foram sobre mercado de trabalho e campos de atuação e, atualmente, o plano de ensino tem abordado questões técnicas e práticas, conforme explicou a professora do Senac, Mireia Clemente Ferreira.
“Para cuidar de alguém é preciso, primeiramente, cuidar de si, estar bem. Também falamos com eles sobre o cuidar do cuidador, pois geralmente as pessoas que se dedicam a prestar assistência a um idoso ficam desgastadas e também precisam de atenção”, frisa a professora. Nesta quarta-feira (11) a aula abordou a humanização e a empatia, estimulando e promovendo a reflexão sobre a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender o outro da melhor maneira possível. Um dos exemplos dados pela por Mireia foi a situação de pacientes que, devido a alguma patologia, apresentam delírios. “Para aquela pessoa a situação é real, muitas vezes causa sofrimento, angústia, e temos que ser solidários, ter a sensibilidade de avaliar o caso pela perspectiva do outro”, comentou.
Filmes e trabalhos na sala de aula ajudam a identificar ocasiões importantes para o aprendizado. Em se tratando de humanização, as atividades foram voltadas aos sentimentos e a importância de dar atenção, amor e carinho ao idoso. Há dois anos ajudando de maneira voluntaria a cuidar de um idoso acamado, Hélio Silva Araújo, de 54 anos, buscou o curso para ampliar seus conhecimentos e se preparar melhor para a atividade.
Ele e a esposa ajudam uma família com o idoso, hoje com 87 anos, e essa tarefa tem feito muito bem a Hélio, que mora no Parque Bela Vista. “Me sinto grato por poder fazer isso e fazemos com carinho e atenção”, destacou. Sobre a possibilidade de atuar profissionalmente como cuidador, essa ideia ainda não é considerada, mas o metalúrgico aposentado destaca que ao cuidar de uma pessoa, a intenção que deve prevalecer é a de fazer o bem. “Não é o dinheiro que deve ser prioridade, por isso eu digo que a pessoa tem que gostar, tem que ter esse cuidado e carinho para dar porque eles (os idosos) precisam”, frisou.
Sobre ter afinidade com a área e gostar de estar perto de idosos, esses foram os fatores que levaram Mayara Barbosa de Arruda para o curso. Aos 19 anos de idade, a jovem, pensa na possibilidade de atuar como cuidadora de idosos e diz que esse interesse surgiu de maneira natural. “Eu tenho uma familiaridade com essa área, gosto, me sinto bem e tenho vontade de ajudar porque o idoso é carente, temos que ter afeto”, comentou Mayara, moradora da Barra Funda.