A campanha de vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) foca, agora, na aplicação da segunda dose imunizadora para meninas de 09 a 11 anos. As vacinas já estão disponíveis nas 14 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Votorantim, de segunda a sexta, no horário de funcionamento de cada uma delas. Também devem procurar as UBSs as adolescentes de 12 e 13 anos que não se vacinaram ou não receberam a segunda dose no ano passado, quando foi introduzida a vacina no calendário.
A secretária de Saúde destaca que as meninas com 14 anos que já receberam a primeira dose devem comparecer do mesmo modo para obter a segunda aplicação. É de fundamental importância que levem a carteira de vacinação.
Esta vacina concedida pela saúde pública possui três doses (a segunda é aplicada após 06 meses e, a terceira, 5 anos após a primeira) e protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18, e não tem característica terapêutica, ou seja, não combate as infecções ou lesões já existentes. O vírus do HPV possui mais de 100 tipos, entretanto, os tipos 16 e 18 causam em torno de 70% dos casos do câncer de colo de útero. Vale ressaltar que os 6 e 11 estão presentes na maioria das verrugas genitais.
O Papilomavírus humano é um vírus de transmissão sexual, considerado como a Doença Sexualmente Transmissível (DST) mais frequente no mundo. A principal forma de contágio é pela via sexual, com o contato direto com a pele ou mucosa infectada. Este vírus causa lesões precursoras no colo do útero, curáveis na maioria das vezes, mas, se não forem tratadas, podem se transformar em câncer.
Portanto, é fundamental que as mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, que é o papanicolau. Caso alguma alteração seja identificada antes de o câncer surgir, é possível tratar a doença em 100%. Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o exame passará a ser realizado a cada três anos.
As lesões precursoras ou o câncer em estágio inicial não apresentam sinais ou sintomas, mas, conforme a doença avança, podem aparecer sangramento vaginal, corrimento e dor, sem ser nesta ordem. Sendo assim, a orientação é sempre procurar um posto de saúde para investigar os sinais ou sintomas e iniciar um tratamento, caso seja necessário.
O câncer de colo de útero é o terceiro tumor mais frequente na população feminina brasileira, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, conforme informa o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em 2014, a estimativa de novos casos do órgão foi de 15.590, e o último registro de mortes, feito em 2013 pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), foi de 5.430
Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que, na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva, ou seja, o estágio mais agressivo da doença. Atualmente, 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ.