Ação segue protocolo do Ministério da Saúde. Veterinários devem notificar a Zoonoses quando encontram caso de leishmaniose
A Prefeitura de Votorantim, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, finalizou nesta terça-feira (10) a primeira etapa da coleta de sangue de cães em residências de bairros pré-determinados pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), do governo estadual. Foram colhidas mais de 500 amostras para verificar se há a presença da leishmaniose visceral canina. O material foi enviado ao Instituto Adolfo Lutz, que fará a análise das amostras.
Conforme explica a Secretaria de Saúde, o teste é seguro e essencial no combate à doença, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde quanto ao monitoramento da leishmaniose em meio urbano. Além disso, ressalta que o médico veterinário é obrigado a notificar a Zoonoses caso atenda um caso de leishmaniose visceral canina.
Agora, com o fim da primeira etapa de coleta de sangue, estão programados mais dois trabalhos de inquérito canino ainda neste ano, conforme determinação da Sucen. Durante a ação, a equipe do Centro de Controle de Zoonoses, devidamente identificada com crachá, realiza um levantamento histórico do cachorro e orienta o proprietário sobre a doença, além das formas de prevenção à leishmaniose, como a utilização da coleira repelente do inseto. A atividade contou com o apoio voluntário de estudantes em técnico de veterinária do Colégio Tableau.
Na Vila Dominguinho, um dos moradores que permitiu a ação de coleta de sangue de seus pets foi o advogado José Carlos Souza, de 59 anos. “Costumo levar meus cachorros para o veterinário periodicamente. É uma ação importante, foi tudo tranquilo”, contou. De acordo com o veterinário do CZZ, Guilherme Nobrega de Almeida, em caso positivo da doença, a Zoonoses entra em contato com o proprietário e faz as devidas orientações.
Além disso, a Zoonoses realiza um trabalho de orientação e fiscalização de terrenos baldios, inclusive multando os proprietários que não limpam os imóveis, já que o mosquito se reproduz em matéria orgânica em decomposição, como montes de folhas, restos de grama e de poda de árvores deixados em lugares úmidos e sombreados.
Casos
No período de janeiro a junho de 2017, foram registrados cinco casos de leishmaniose canina e 1 caso de leishmaniose visceral humana. Em 2018, de janeiro a junho, foram notificados quatro casos em cães em bairros diferentes.
Transmissão
A leishmaniose visceral é uma doença causada por um parasito denominado Leishmania chagasi e transmitida pelo mosquito palha. O cão doméstico é a principal fonte de infecção, podendo ficar anos sem apresentar os sintomas clínicos. A fêmea do mosquito palha se infecta ao picar um cão contaminado e passa a transmiti-lo para outros cães e humanos nas próximas picadas.
Os sintomas nos cães são emagrecimento, vômitos, fraqueza, queda de pelos, crescimento das unhas, feridas no focinho, orelha e patas. Já em humanos são febre prolongada, emagrecimento, crescimento do baço, fraqueza e em casos graves até sangramentos.